Desde que a internet foi disponibilizada a todos, o conceito de artigo raro ou único se resume a peças produzidas com tiragem limitada. Isso posto o número de gamers que passaram a adquirir produtos no exterior cresceu de forma expressiva, dando um verdadeiro salto de qualidade e quantidade em sua coleção.
Muitos vendedores que tinham margens de lucro exorbitantes se viram obrigados a reverem os valores ou ficaram com seus produtos encalhados. Mas qual é a premissa básica para se importar algo? A seguir, de forma resumida, um breve descritivo da situação.
Situação 1: existem brasileiros residindo no exterior e que de forma bastante habitual encaminham produtos para o Brasil, seja como uma fonte direta de renda ou como renda complementar. Foi desta maneira que iniciei a busca por produtos oriundos do exterior e tive a sorte de conhecer o hoje amigo David (www.nihongames.com.br) como facilitador dessa empreitada. Na prática, basta escolher o produto desejado e efetuar o pagamento da mercadoria e tipo de frete. Neste caso há modalidade de entrega mais rápida ou mais demorada e o valor altera conforme a sua urgência. O pagamento da composição produto+frete se dá através de boleto bancário ou cartão de crédito comum, através de mercado pago que pode ser inclusive parcelado. Fica a critério do comprador tal escolha.
Situação 2: para aquisição de compra direta em sites de venda (ebay, amazon, playasia, etc.) é necessário um cartão de crédito internacional. De posse do cartão basta criar uma conta com Paypal, que é um sistema bastante prático que permite a troca de dinheiro entre os envolvidos utilizando apenas um e-mail. Simples, não? De posse dessa conta você está apto a cruzar fronteiras, literalmente. Cabe a ressalva que entra aí a anuidade de seu cartão que nem sempre é barata, o IOF da transação efetivada (cerca de 6,5%) e o dólar utilizado na conversão. Uma vez que não há transparência dos bancos, o valor varia bastante, podendo chegar a quase 5,5% a mais que o valor no ato da compra.
Alguns sites como o Ali Express permitem o pagamento via boleto bancário. Há ainda o Meo Cartão (www.meocartao.com.br) que é um cartão pré-pago, recarregável, e que permite compras nacionais e internacionais sem a necessidade de ter conta em banco.
O processo de compra é exatamente como no mercado livre, cabendo a ressalva de que nem todo vendedor encaminha ao Brasil e seu produto demora mais a chegar. É importante se atentar a todas as características do produto a ser adquirido. Tire todas e quaisquer dúvidas com o vendedor. Lembre-se que você está negociando com alguém do outro lado do mundo. A sua falta de atenção pode virar uma enorme dor de cabeça.
Compra feita, pagamento realizado, código do rastreio em mãos, sua maratona está só no início. O martírio começa quando seu produto chega ao Brasil. Maldito governo com suas leis absurdas e gana por mais impostos. Enfim, coloque sua lista de xingamento em dia, tanto a titular, quanto a reserva. Você vai precisar.
Seu produto chega e vai direto para a fiscalização Aduaneira (Rio de Janeiro ou Curitiba) e não há critério para liberação de sue produto (ao menos desconheço tal critério). O status da mercadoria pode permanecer um longo período e ser liberado sem ser tributado ou ainda ser liberado rapidamente mediante pagamento de tributo arbitrado por eles (novamente desconheço o critério).
Caso você seja tributado, acompanhe de perto o processo. Além do imposto há a necessidade de recolhimento de R$ 12,00 junto aos Correios pelo serviço prestado e dependendo do tempo que você deixar o produto parado lá, ainda há a taxa por permanência no depósito no valor de R$ 35,00.
É comum muitos alegarem que irão recorrer a justiça para rever os valores, afinal qualquer mercadoria abaixo de $50 doletas não deveria ser tributada. Há um pequeno detalhe nisso aí: só vale se for presente. Á partir de que tenha um terceiro envolvido (neste caso o Paypal), esqueça. É pura perda de tempo.
Fica ainda a dúvida de como pode um produto que sequer foi fabricado aqui no Brasil, com quase 20 anos, ser tributado? Realmente é difícil de engolir, mas ultimamente a ordem é arrecadar.
Diante de tudo isso, fica a pergunta que é o título do post: Vale a pena importar?
A resposta, caro amigo(a), é simples: depende!
No Brasil há muitos produtos vendidos a preços acessíveis e em bom estado de conservação. Antes de fechar os olhos para um compra no exterior, pesquise.
Agora, para aqueles que buscam produtos com preços atrativos, colecionadores que querem algo com tiragem limitada e em ótimo estado de conservação, vale a pena sim. O grande problema é parar de comprar no exterior. A qualidade dos produtos recebidos quase sempre surpreende positivamente.
Crédito das fotos: http://nihongames.com.br/
Excelente artigo André!
Parabéns! 😀